Porque há vida para além da paisagem... para além da rotina diária, do mundo das notícias e do ecrã. Reflexões daqui, dali de acolá ... e de cá de dentro, que é onde a nossa paisagem se molda e gera paz.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O meu filho não estudou... e ainda bem!


Esta segunda feira o meu filho teve teste de matemática. 
No fim de semana, ele não estudou. 
Nada. 
Saiu de casa no sábado, por volta das 9 da manhã para ir ao treino de futebol. Só voltou no domingo ao final da tarde. Pelo meio treinou, almoçou em casa dos avós, onde também dormiu na noite de sábado. E pelo meio?
BRINCOU
Com a cegueira dos primos de longe que estiveram por perto, largou tudo e... brincou. Subiu muros e saltou, jogou à bola e atirou pedras. Esfolou os joelhos e levantou-se logo a seguir. Comeu pão com manteiga num momento de intervalo, com um sumo sorvido com a avidez de quem não tem tempo a perder.
BRINCOU
Também jogou PS4, com um exército de miúdos que lutou democraticamente por um lugar nos comandos. Correu, deu voltas ao bairro, fez corridas em 10 metros de quintal.
BRINCOU
E fez qualquer coisa de proibido mas que vai ficar em segredo, porque aos pais não é permitido saber certas coisas, ora essa.
BRINCOU
... até que o revi no domingo, na festa do pai dos primos, e me olhou por um segundo. Ainda consegui arrancar-lhe um fixe e um beijo rápido por entre as malhas do portão de ferro. Que ninguém viu. E que nos separava de um mundo preocupado com os resultados da escola e o ar puro das brincadeiras de miúdos.

Arautos da disciplina, acalmai-vos! Eu, e também o pai, conscientes de que neste momento não demonstra dificuldades de aprendizagem, considerámos que o fim de semana foi, de mais formas do que as que conseguimos descrever, mais benéfico para ele do que dois dias fechado em casa em frente ao quadro de giz que usamos para estudar.
Quando lhe perguntava como era em relação ao estudo, respondia-me que sabia bem o que era para fazer.  E tenho a certeza de que vai tirar boa nota.
Em casa, depois de um banho reconfortante, fizemos uma breve revisão, ainda o fiz escrever os números ordinais até ao vigésimo.... não vá o miúdo ter um exercício errado a matemática por causa dos erros de português!!!
E entre bocejos, desejei-lhe boa sorte e pedi-lhe que lê-se bem o enunciado para saber o que era pedido.

Claro que me custará se a nota baixar. Este é o caso do meu filho, neste circunstância particular não pretende ser o exemplo, nem será regra cá em casa. Só pretendo partilhar que, às vezes, no meio da rotina e da disciplina, é preciso olhar o quadro à distância, look at the big picture. E, neste contexto, o que ele viveu e bebeu de vida deste fim de semana foi um conjunto de reunião que torna esta caminhada muito mais rica e feliz. 

BRINCOU e...
FOI FELIZ

Espero tranquila o resultado do teste. 
Mais me preocupa o resultado do de português. Aquele para o qual passámos horas a estudar. Porque era necessário. E ele sabia disso. 
(Será que escreveu sexto com x????)





Sem comentários:

Enviar um comentário