Porque há vida para além da paisagem... para além da rotina diária, do mundo das notícias e do ecrã. Reflexões daqui, dali de acolá ... e de cá de dentro, que é onde a nossa paisagem se molda e gera paz.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

As mães são chatas...



Isto de ser mãe de uma teen a completar hoje 14 ( - OH MY GOD! 14!!!) anos é muito difícil.

Porque o nosso coração de mãe sente-se imensamente feliz e realizado, tal como naquela quinta-feira lá atrás no tempo, que parece que foi a uma vida de distância.

Porque a nossa alegria nestes dias festivos é tanta que devia ser feriado e toda a gente devia ir para a rua festejar.

Porque, por ser teenager, temos de nos conter. Mãe de teenager que é mãe de teenager sabe que não deve envergonhar a menina dos seus olhos (Íris, portanto!) e começar a dizer baboseiras e mimalhadas que, nesta altura do campeonato da adolescência, já não ficam bem , já não são cool. 'Menos, mãe, ...muuuuuuito menos!' Como estas que escrevi há uns tempos mas que servirão de guia para a nossa vida, tenho a certeza.

Porque não podemos nem pensar em pôr a foto dos primeiros dias de vida. 'Que vergonha!'

Porque queremos muito gritar ao mundo que é o teu dia, mas só podemos fazê-lo com uma 'folha-de-pré-requisitos-para-mãe-de-adolescentes' que nos distribuem a cada dia, com aquele olhar de 'olha-aí-o-que-estás-a-fazer!'

Mas porque sabes a mãe que tens, também sabes que não me consigo conter.

E assim, espero ter acertado na foto (e no filtro) 😎. 

E desejar-te não só um dia feliz mas todos os dias dos teus 14, com uma grande força interior e paixão pela vida!

LY




segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Dan Brown e a intuição de mãe



As emoções ainda estão ao rubro depois de uma tarde passada nos corredores do Centro Cultural de Belém. Quando a Bertrand anunciou que Dan Brown viria a Portugal apresentar o seu novo livro, Origem, fiquei logo alerta para não deixar escapar esta oportunidade.

E que oportunidade.

Sala esgotada para ouvir um dos escritores de maior sucesso no mundo. Apresentação cuidada, com momentos muito divertidos, um raciocínio lógico muito interessante. Tudo estruturado para quebrar o gelo de início, manter a atenção para o discurso, revelando q.b. de pormenores pessoais (que sempre despertam o interesse dos mais curiosos sobre a vida dos famosos) e de revelação de pormenores de bastidores das filmagens dos filmes baseados nas suas obras.

Uma dicção incrível, que grande lição de inglês para a minha filha, que adorou estar presente pela experiência em si e por ter compreendido tudo o que foi dito.
Confesso que o último livro, Inferno, não me deixou tão gratas recordações como a sua obra-prima, que o levou para as luzes da ribalta, “O Código da Vinci”.  Foi mesmo um inferno chegar ao fim do Inferno.

Mas há qualquer coisa na sua forma de escrita que não me deixa deixar de querer ler os seus livros. E a forma como apresentou o seu livro, sem ser spoiler, deixou-nos o interesse incontornável de pegar já na Origem para ler de rajada.

Fica para a história, a minha história o momento em que Dan Brown quis saber quem fez aquela pergunta na plateia. Oh ouh! Levantei-me da cadeira e pus o braço no ar. Senti o CCB inteiro a olhar para mim… não sei se estava se não (óbvio que ninguém tirou os olhos do escritor). A pergunta que fiz a Dan Brown e que transcrevi para o cartão dado pela organização foi se já tinha tido a ideia para o seu próximo romance. Dan Brown perguntou-me então se tinha filhos e se, depois de 10 minutos com o bebé nos braços o meu marido entrasse na sala sugerindo repetir tudo de imediato, se eu o faria. Agradeci a resposta, embevecida, confesso.
Uau! Dan Brown falou directamente para mim, gracejou com a minha pergunta. Pronto. Fiquei ainda mais rendida. Satisfeita, super satisfeita.

Acredito que, neste momento, se encontre focado em promover o livro que saiu para as bancas há 15 dias apenas. Mas acredito também que já o terminou há algum tempo, tempo para os tradutores o trabalharem para as línguas dos países onde saiu em simultâneo. E que agora queira descansar.

Se acredito que ainda não tem a origem da ideia do próximo livro? Intuição de mãe: com certeza que tem!

Boas leituras!

domingo, 8 de outubro de 2017

O cheiro



Domingar é sinónimo de respirar devagar. Inspirar sentidos e aproveitar momentos. Cada vez mais fazem sentido os posts iluminados que celebram a magia dos momentos pequenos, felizes, que nos dão a sensação de felicidade. Frases feitas, verdade. Verdade. Pura verdade. 

Sem planos, apenas a poisar aqui e ali, a trocar carinhos, cafunés, mimos e abraços cheios de amor e conforto. De força que se transmite no aperto para que possamos enfrentar com toda a energia a nova semana.

Adoro sorver o cheiro dos meus pequenos. Ali onde a testa se junta ao seu cabelo. E os sinto como meus, tão meus. Cheirar o pescoço do meu mais que tudo, sentindo o amor que nos une... sinto-me em casa.
Domingar é isto.
E comer sopas de café com leite para o jantar.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Primeiro dia




Querido filho,
Tenho andado nervosa, com um nó na garganta, a pensar neste dia e no que ele significa.
 Não durmo bem, tenho pesadelos e crio cenários inimagináveis... e pouco agradáveis.
Aperta-me o coração e sinto uma ansiedade desmedida.
É porque isto de ser mãe de uma criança que vai para o primeiro ano não é nada fácil, filho. É uma angústia enorme largar-te à porta da escola sem saber o que vais fazer e como te vai correr o dia.
A pensar que te podem fazer mal e que podes cair
A pensar que não gostas da escola, do professor, dos colegas, da casa de banho, do leite escolar, da sala de aula envelhecida, do almoço, da matemática, do português ou do estudo meio, de pintar ou recortar, de moldar a plasticina ou de pintar com aguarelas.
A pensar que gozam contigo, pelo teu nome, por seres alto ou baixo, por não dizeres os 'r' ou embrulhares os 'l', porque vais de verde ou de vermelho ou de amarelo.
É muita preocupação para uma mãe só...

Por isso, filho, neste primeiro dia:

" Vais ver que vais gostar, vai correr tudo bem, aprender é divertido, a mãe adorava a escola, vais aprender tanta coisa nova e bonita, juntar as letras para poderes ler o mundo e somar sorrisos e subtrair tristezas, multiplicar alegrias e dividir sabedoria. Que bom, filho, que crescido que estás! Este é um processo longo, que começas agora e que te formará numa pessoa linda, por dentro! Que sejas sempre feliz nesta caminhada! Estou muito confiante de que a vida te sorrirá! Podes ter a certeza que eu, o pai, a mana e todos os que te amam sempre te ajudarão quando precisares de nós. Não estejas nervoso! Está tudo bem! Bem, podes estar nervoso, é normal, mas este vai ser um dia maravilhoso!

É o primeiro! Vamos a isto!"

(Note to big sister: don't be jealous, I'm with you and love you too :) )

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Salvadora-me





Pronto, já ninguém tem paciência para ler mais comentários ou opiniões sobre Salvador Sobral, a canção, a irmã Luísa e a vitória de Portugal na Eurovisão.
Quero só partilhar este imenso ensinamento que recebi deste jovem, sobre o qual já pesquisei e li tudo, que já defendi com unhas e dentes, desde a primeira vez que ouvi e percebi porque se estava a falar tanto disto, da música, da melodia, numa associação directa à simplicidade e genuinidade da composição e do seu intérprete.
Esta mensagem que nos fica do Salvador, é a de que não precisamos de artifício (não estou a falar do fogo de artifício do festival!) na nossa vida para sermos felizes. 
Que não precisamos de máscaras, capas ou que seja. 
Que tudo fica mais simples, e, por isso, mais fácil, mais suportável.
Que linda mensagem esta de alguém tão genuíno, que descobriu o que gosta da vida e o que não gosta. 
Que não atropela, mas não deixa de expressar a sua opinião.
Que aceita que ninguém é perfeito mas também não precisa de ser.
Que ama loucamente, a única forma de amar.
Que celebra o amor, na sua essência e simplicidade, como a coisa mais fácil de fazer na vida.
Que sabe que devemos sempre ser crianças.
Que acredita que a chuva pode ser bonita...
Que linda mensagem me fica.
É desta esperança que os olhos de Salvador reflectem, que precisamos nos inunde a alma.
Por isso.
Por tudo.
Mas sobretudo por isso, e por esse exemplo para os meus filhos, obrigada Salvador!

terça-feira, 9 de maio de 2017

Salvador: Portugueses por essa Europa fora, votem por favor!

Sou uma Portuguesa orgulhosa!
Hoje temos a melhor canção de sempre no Concurso da Eurovisão.
Pena não poder votar por estar em Portugal!
Por isso, Portugueses por essa Europa fora, votem, por favor!
É uma canção linda, melódica, sem efeitos especiais, que vale ( e tanto!!) só por si!
Por favor, votem!



Salvador: Please vote for Portugal today!

Amar pelos Dois - Song nº9

I'm a proud Portuguese woman.
Today we have the most beautiful song ever in the Eurovision Song Contest.
I can't vote, because I´m in Portugal.
So, please vote for Portugal, all through Europe!
This is a wonderful melodic song, with no special effects, just the music!

Please Vote!

domingo, 7 de maio de 2017

Coisas de mãe: Uma garrafinha de água, uma bolachinha, um casaquinho

                                              



Nasci para ser mãe. Já o disse várias vezes que é o papel na minha vida onde me sinto mais realizada e capaz. Apesar de falhar muito. 
Às vezes até falho de propósito, confesso. Isto pelos patamares de exigência de parentalidade com que somos bombardeados hoje em dia. Porque temos todos de ser perfeitos.
Não sou, de todo. Esqueço-me da muda de roupa, esqueço-me do chapéu, esqueço-me que hoje era o último dia para fazer o projecto de leitura e já devia ter devolvido o livro à biblioteca.
Mas muitas outras vezes não me esqueço...
Não em esqueço de os beijar sem parar, de lhes perguntar  como correu o dia, de lhes dizer que os amo daqui até ao infinito.
E sim , às vezes, não me esqueço de levar a garrafinha de água, uma bolachinha dentro da mala, um casaquinho, que pode estar frio mais logo. Coisas de mãe. Em modo automático. Entranhadas na pele. Nesta pele de mãe.

Esta semana, fui inscrever o mais pequeno para o 1º ano da primária. Ai, que aperto no coração! Ele está feliz de iniciar esta etapa. Ele gosta de desafios, embora esteja (já) preocupado em ter boas notas e acertar as contas, que já vai fazendo de cabeça. Mas sair do Jardim Escola, a escola dos afectos, distancia a fase de bebé, a fase do pequenino, ainda mais ( e sim, já tive este ataque de lamechiche quando ele foi pelo primeiro ano para o pré-escolar!E com ela, também, tantos anos já lá vão.). 

Sinto-me (mais) velha, mas tranquila também, por este seres maravilhosos com que fui abençoada. Pela influência que tentei ao máximo ser positiva, não limitativa e respeitadora da personalidade de cada um. Esse é o maior desafio aos pais: encaminhar mas deixar ser.

Adoro ser mãe.
Agradeço a Deus esta missão e os melhores filhos do mundo. 
Porque meus.




quinta-feira, 4 de maio de 2017

Ausências e baby steps





Às vezes, a ausência é necessária. O silêncio reparador. Recentrar o caminho, os valores, o que é verdadeiramente importante.
Depois, enfrentar o medo. Do erro, do ser pouco, insuficiente. Do julgamento.
Quem se expõe, está sempre sujeito à crítica e a uma série de outros sentimentos menos nobres de que não vale a pena falar.

A seguir, há a força de levantar do chão, de persistir e de forçar à obra, porque sem treino, ela não chega, sem quilómetros a rodagem não é feita e sem esforço ela não nasce.
Então há que forçar, há que trabalhar. Pôr os dedos a mexer. Sem receios. 
Porque hoje é mais um dia longe do objectivo, se não dermos nem que seja um baby step.