Porque há vida para além da paisagem... para além da rotina diária, do mundo das notícias e do ecrã. Reflexões daqui, dali de acolá ... e de cá de dentro, que é onde a nossa paisagem se molda e gera paz.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O Riscas morreu...



Os meus pequenos têm um aquário lá em casa, fruto dos mimos que a tia extremosa lhes dá em forma constante.
Com cores diferentes, os três peixinhos foram nomeados de Sardinha, Faísca Macqueen Shampoo e Riscas. Porque lá em casa ninguém é anónimo, peixes ou bonecos todos têm um nome.
Ontem, o Vasco apercebeu-se de que o Riscas morreu. Estava ali prostrado, a boiar. Choro e mais choro:
" Mas eu gosto muito dele, eu quero o meu peixinho..."
Com a confusão própria da sua idade, o Vasco ainda não percebe muito bem a morte e as suas implicações. Ainda no outro dia, ficou aborrecido porque não o levei a um funeral. Penso que achava que era mais uma festa destas, muitas, de Verão e não queria ficar excluído. E os porquês foram imensos, tentando explicar o que íamos fazer.
Ontem, ainda me sugeriu: " E se nós abríssemos a boca dele e puséssemos comida?"
Foram lágrimas genuínas.... mas que também desapareceram ao ver mais um episódio do Zou...
Difícil explicar a morte, a ausência a mentes tão jovens, tão despidas de dor.
Difícil explicar a morte, a ausência a mentes tão impreparadas para a enfrentar: as nossas.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A superação


Há marcos na vida que nos motivam e nos empurram para a frente.
Há marcos que, depois de tanta luta e de tanta lágrima vertida, conseguimos vencer.
Há marcos que nos vão deixar marcas para a vida e decisões que nos vão traçar o rumo, mesmo que não fosse o rumo que inicialmente idealizámos.
Há que olhar para esses marcos e respirar longamente, aceitar e seguir que a estrada é movimentada e há mais gente a passar.
Depois há que saber que não estamos sozinhos. Que quem ama e gosta nos observa, nos acompanha, nos dá a mão, nos levanta do chão quando precisamos e nos leva ao colo também.

Nota: este é para ti, Margarida!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Das férias e dos vizinhos das férias...





Depois do post anterior, deixem-me que vos fale de um fenómeno extremamente interessante relacionado com as  férias.
Carro atolado de roupa que nem sequer vamos usar, brincadeiras de areia e tudo o mais que não lembra a ninguém, aí seguimos nós para férias, fazendo da casa de destino a nossa casa, o nosso lar pelos próximos dias, semana ou quinzena.
Toca a desarrumar tudo e tornar aquelas divisões nossas, nem que seja pela desarrumação, que é tão nossa.
Tudo pronto para desfrutar de uns dias descansados e bem dispostos.
Eis se não quando, no regresso de um dia de praia, o vizinho do andar de baixo, pequeno em todos os sentidos, faz-nos uma espera ao parapeito da janela e com dedo acusador nos diz que fazemos muito barulho, que não podemos arrastar cadeiras e a conversa descamba por aí abaixo.
Nem vou entrar em mais pormenores porque são, em todos os sentidos, pequenos… pequeninos, mesquinhos.
Acontece que este senhor esperava consideração, depois de implicâncias de vários anos, sobre o facto de trabalhar por turnos. Aliás, vou sugerir-lhe que afixe o seu horário à entrada do prédio para que todos saibamos quando podemos fazer barulho (entenda-se por barulho a vivência normal de uma casa… ainda tenho discernimento suficiente para perceber se estou a fazer algum disparate!)
Acontece que este senhor vive 11 meses num ano, sem um único barulho do andar de cima, porque desabitado.
Acontece que nem o condomínio soube esclarecer quanto à lei do ruído. Acontece que, no decorrer do episódio os meus filhos ficaram transtornados e ainda tínhamos uma semana de férias e de arrastar de cadeiras e pulos em cima de sofás e camas, conversas altas e gargalhadas… enfim, um vandalismo que não se aguenta!

Acontece que o senhor está mal habituado. Ou então, somos mesmo os vândalos do1ºfrente e tenho de rever todo o nosso comportamento como pessoas civilizadas…

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Das férias




Este tempo de Verão chama as férias, os dias longos e cheios de tempo bom: de convívio, de descanso, de alegrias disparatadas, próprias da silly season. Todos precisamos de férias.
Conto muitas vezes esta conversa que tive há alguns anos. Simplesmente porque resume aquilo que foi um momento aha, como diria a Oprah, no que toca à necessidade e à obrigatoriedade a que me sujeitei no que toca a ‘tirar férias’. Comentava eu com o meu interlocutor que não iria tirar férias, por motivos de trabalho. E ele respondia: ‘ Cada um tem o que merece…’ Continuando a conversa e a minha lamentação, ele voltava à carga: ‘ Cada um tem o que merece…’Confesso que nunca mais me esqueci daquelas palavras. E o que é certo é que, utilizando outra máxima muito próxima ( ‘Só faz falta quem está!), a vida teria continuado se eu tivesse tirado férias e tudo se tinha passado. 
Por isso, a partir desse ano (e já passaram talvez 20…), nunca mais deixei de tirar férias. Porque as mereço e porque elas são um momento essencial para recuperação de forças, para manutenção de um cérebro desperto e recuperado de um ano inteiro de stress acumulado, de tensão no trabalho. Também para uma atenção centrada nos miúdos, em que não há desculpas para não jogarmos à bola, ou à apanhada, para fazer castelos de areia e apanhar conchas à beira mar. Para nos permitirmos dormir um pouco mais sem culpas, preguiçar numa toalha com a brisa a lavar a alma.
Por isso, toca a aproveitar: preguiçar até mais não, jogar às raquetes e dizer disparates, beber (com moderação, claro… ou não fosse este um blog moderado :) ) uma sangria fresquinha…

Adoro estes dias imensos, de horas sem relógio e de tempo sem pressas.