Porque há vida para além da paisagem... para além da rotina diária, do mundo das notícias e do ecrã. Reflexões daqui, dali de acolá ... e de cá de dentro, que é onde a nossa paisagem se molda e gera paz.

domingo, 4 de março de 2018

Plágios e outras injustiças












A palavra plágio será, talvez, a mais votada do mês. 
Difícil concordar ou discordar se, de facto, existiu, quer no caso mais badalado de Diogo Piçarra, quer nos outros menos falados. ( será que alguém já associou O Jardim à banda sonora de Brokeback Mountain ????, I wonder...)

Com 7 notas apenas, será que as nossa influências mais ou menos distantes não condicionarão sempre o nosso processo criativo a nível musical? Com tantas inputs de todos o lado, o que é verdadeiramente inovador e original?

Na escrita, quem não tem as suas influências? Na pintura, no cinema... No nosso modo de falar, de comunicar?

Enfim , triste mundo este, onde a tentativa de quebra, de disruption, pode, em instantes, tornar-se demolidora de integridades que nunca deviam ser molestadas por esta sociedade de dedo constantemente apontado ao próximo.

Mas outras injustiças há disfarçadas de democracia. 
Esta semana, a minha teen participou num projecto bastante meritório, pelo envolvimento na sociedade civil que desperta nos jovens e a que o Agrupamento de Escolas de Alcanena aderiu. O projecto chama-se Parlamento dos Jovens e leva os nossos miúdos a preparar uma série de medidas que promovam melhorias na aplicação de determinadas leis, ou novas medidas que melhorem a vida dos cidadãos. Todos os anos têm um tema e este ano era Igualdade de Géneros.

O projecto desenrola-se por várias fases até chegar ao nosso Parlamento, em Lisboa. A minha teenager participou (aliás, esta foi a sua terceira participação) e, desta feita, ganhou a nível escolar e passou à fase distrital, que se disputou no início da semana. 

Da euforia da vitória pela manhã, passou à total desilusão na parte da tarde. Isto porque, apesar do seu projecto e dos seus colegas ter ganho, com o sistema implementado (e que pretende retractar o que se passa ao nível da real representatividade no parlamento), quem idealizou, preparou, trabalhou o projecto, não o irá defender mais porque a sua equipa não foi escolhida. 

Agora digam-me como se explica a estes míudos que, agora, alguém se vai apropriar das suas ideias e as vai levar como suas, para o nível seguinte?

É este o sistema que nos representa? Em potência, os deputados na Assembleia estão a apresentar projectos que não eram deles de raíz e alguém ficou pelo caminho? É esta a democracia e a justiça que defendemos?

Plágios há muitos. Uns escondidos, outros menos, outros à descarada.

É o que temos!

(Escusado será dizer que, apesar do imenso gozo que lhe deu participar, já tenho a promessa em casa de que esta foi a última vez que participou. Penso que o país acaba de perder uma excelente representante e defensora dos direitos de todos nós. Too bad...Your loss...)





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