Serve o presente para te dirigir algumas palavras.
Começo por te dizer, muito directamente, que não és bem vindo. Cada vez te aproximas mais e lanças o pânico nas mentes mais paranóicas por onde passas.
Estás a destruir o que resta de humanidade nos seres humanos entediados, com a cabeça baixa nos ecrãs dos tablets e dos smartphones.
Estás a dar armas aos introvertidos para que deixem de contactar com o próximo, de tocar os idosos e de os visitar, e para que deixem que os mimos e os abraços e os beijos sejam o factor diferenciador nas relações cada vez mais frias entre os humanos.
Acredito que os abraços vão salvar o mundo. E tu, covid19, que nem ao 20 chegas, destróis este caminho de carinho entre duas pessoas. E assim, em todo o mundo.
Os olhos podem sorrir mas a pele precisa de contacto, para que a energia do amor se transmita. Não há colo que seja demais, não há cafuné que as palavras possam soprar... e já nem estas podem ser ditas ao ouvido, presas na distância de segurança que tu nos impões.
Estás a retirar-nos o conforto no coração, que nos é dado pela certeza e pela fé de que podemos andar na rua sem que o mundo termine num diagnóstico de Adamastor, de Leviathan, de Godzilla, de King Kong... enfim, do pior monstro de todos... mesmo que seja o das bolachas, que podem até faltar na prateleira do super da esquina.
Desejo ardentemente que, de tanto te anunciares, todos te conheçam as manhas, que te denunciem as estratégias de disseminação e que, da tua sombra aterradora, te transformes num mosquitinho indefeso. E que assim voltes para as profundezas das cavernas, com teus amigos morcegos e pangolins e com eles vivas para sempre na escuridão.
Vai te retro,
Uma mãe de 2 filhos, calma mas atenta aos teus passos
muito bom... faço minhas as tuas palavras
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