(post para ler se já leram o livro e estão a pensar se querem ver o filme, ou se já foram ver o filme)
Pronto, mais uma que confirma a regra: o livro é muito superior ao filme.
Saí ontem da sala de cinema com a sensação de amargo na boca. Como se tivesse bebido um café excelente, mas que na última golada só apanhei borra.
É claro que ninguém espera os pormenores, as sensações únicas de tanta página percorrida avidamente à procura de desenvolvimentos e revelações de nos levantar da cadeira, retratados em hora e meia. Essa é a realidade que muitas vezes estraga as adaptações ao grande ecrã.
O que acontece com esta adaptação é que o desejo de transportar o lado lúgrebe e decadente da protagonista é tão exagerado que o filme se torna soturno em demasia, lento em demasia, calado em demasia.
Sentimo-nos inebriados, como Rachel. Ao ponto de os olhos se quererem fechar, Os pormenores 'errados' são mais que muitos a começar pelo lado tão limpinho, elegante de blazer vestido da protagonista que não existe na desleixada e gorda Rachel do Livro, o pano de fundo ser Nova Iorque enquanto no livro tudo se passar nos subúrbios de Londres, o telefone de Megan encontrado na mala do computador em vez do saco de ginástica.
Enfim, details...
É uma adaptação. Pergunto-me até se o objectivo da mudança de tantos factos será uma afirmação da liberdade na adaptação. O êxito do livro criava expectativas muito altas e assim há uma salvaguarda. É uma adaptação. Livre. E quase sem banda sonora...Como poderiam existir tantas outras, A minha seria de certo diferente. Mas também não sou realizadora de cinema,nem argumentista.
Pergunto-me se, quem não leu o livro, terá percebido alguma coisa do enredo. Uns adolescentes no elevador, perante as nossa críticas disseram-nos que sim. E que gostaram bastante.
Ainda bem para eles...
Espero que não me estraguem mais livros.
Assinado:membro-nº1-dos-leitores-de-livros-contra-as-adaptações-para-cinema-(tirando-O-Código-da-Vinci, vá...)
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