Como leitura de férias, escolhi um thriller (um dos meus
géneros preferidos- cá romantismos em forma de prosa de mariquices não são
muito o meu género), sugerido num post da NIT, que podem ver aqui.
As sugestões eram várias, mas não queria um calhamaço, para
juntar a alguns livros que tenho em casa, começados, em que avanço e recuo, mas
que ainda não dei conta do recado.
E lendo o resumo do enredo, como geralmente faço, optei por este livro de Sara Blædel
, considerada a rainha dos trilers psicológicos do Norte da Europa.
180 páginas… vamos a isso.
Em 3 dias, o livro leu-se, sem dificuldade, sem
rodeios e com um enredo até interessante, sendo que já não era a primeira vez
que contactava com a realidade nórdica (se bem que já lá vão uns anos desde
que li Os Homens Que Odeiam as Mulheres de Stieg
Larsson
A questão que me levou a escrever este post deve-se à
tradução do livro. Não percebo nada de norueguês nem conheço a sua versão original,
mas penso que não deixo por maus caminhos a nossa Língua Portuguesa (sem acordo
ortográfico, conforme explicado aqui).
A questão está muito para além das grafias mas sim da
fluidez do discurso e das bengalas de expressão a que nos agarramos.
Facilmente percebem o que vou descrever se vos disser
que a minha quase teen se abeirava de mim e dizia: “Esse é o livro do anuir?” e quando se punha
a ler por trás do ombro e dizia: “Anuir, outra vez?”
Sim, vezes e vezes sem conta. Está uma pessoa interessada em
perceber o que aconteceu ou vai acontecer e lá vem a frase A A anuiu…O B anuiu.
O C anuía enquanto andava…
Ao ponto de desconcentrar da leitura e, esperançosa, pensar:
“ Bem, não vai aparecer outra vez…a revisão de texto não deixava passar.”
É que a expressão até nem é muito usada na nossa língua, ou
serei só eu? E mesmo que se use e que seja eu que não esteja habituada, de
certeza que não se pode repetir tanta e tanta vez.
Fica uma história assim assim, sem vontade de ler a sequela,
já que ficou um mistério do passado da protagonista por resolver a uma página
do final do livro e facilmente a nossa imaginação nos pode levar a entender o
que se passou, e assim fugir a mais 300 vezes de ter de ler a dita expressão. Sugiro ao tradutor e
à revisora um bom dicionário de sinónimos. Às vezes, um “acenou com a cabeça
que sim” pode ser a melhor tradução. Digo eu que nãopercebo nada disto.
(Quem ler, pode anuir… se quiser)
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