Percorri hoje uma estrada no Portugal profundo, caminho muito movimentado nesta altura do mês de Maio pelos peregrinos que vão até Fátima, motivados pela sua fé, pelas suas promessas, pela sua gratidão, pelos seus anseios e tormentos.
Num curto espaço de tempo, encontrei situações curiosas e fiz associações estranhas.
Em primeiro lugar, o semblante de algumas dessas pessoas, por baixo de capas que as abrigavam da chuva fez-me lembrar as mesmas capas que vimos este fim de semana, nos fãs (ou menos fãs) dos AC/DC. Religiões diferentes... cada uma com a sua.
De seguida vi um pergrino encapuzado, rosto e tudo que mais parecia um terrorista - hoje, enquanto ouvia na rádio mais uma notícia de um atentado na Alemanha. Religiões ... cada um com a sua.
Mais à frente, sinais de trânsito temporários alertam para manutenção na via. Andam uns senhores a acortar a vegetação da berma. A sério? Com tanto peregrino na estrada, não havia outra altura?? Antes, or exemplo?? Respeito pela segurança ... e pela religião...
Eis que, com todo o cuidado e velocidade reduzida em que conduziam os carros na zona, pára tudo! Um peregrino atravessa a estrada para que outro, do lado oposto, lhe tire uma selfie, com os campos verdejantes por trás e um sorriso rasgado na hora. Peregrinação a quanto obrigas!
Por último, vejo um caminhante, com o cachecol do Benfica ao pescoço. Era eu uma gaiata, fiz uma promessa a Nossa Senhora para que o Benfica se sagrasse campeão europeu. Aprendi na altura a lição e desde então, nunca mais misturei estas duas religiões.
Nossa Senhora estará certamente mais ocupada com situações mais urgentes, prementes e necessárias. É preciso dizê-lo?
Religiões... respeitam-se mas não se misturam.
Haja respeito.
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