Porque há vida para além da paisagem... para além da rotina diária, do mundo das notícias e do ecrã. Reflexões daqui, dali de acolá ... e de cá de dentro, que é onde a nossa paisagem se molda e gera paz.

terça-feira, 17 de maio de 2016

O nosso lugar seguro


Todos temos o nosso lugar seguro.
O lugar onde nos sentimos em segurança.
Onde nos sentimos calmos, descansados e sabemos que não seremos incomodados porque é um jardim proibido, onde só vai quem tu quiseres...
É um local, onde temos o nosso colo. Não o da mãe, nem o do pai, nem da irmã do coração. Nem o da amiga que é mais do que isso. Nem do nosso amor de toda a vida.
É um local sagrado. Que descobrimos porque a vida nos obrigou.
Porque a vida nos tirou todos os chãos e todas as escadas. Todas as saliências a que nos pudessemos segurar. E nos fez perder a esperança e a fé. E nos mostrou que o fim está aqui, todos os dias à nossa frente, mesmo que não o queiramos enfrentar. Que estamos em queda livre.
E nesse abismo em que estamos.... descobrimos o nosso lugar seguro.
Ele está lá.


Há palavras que se esvaziam de sentido perante a enorme dor que assola tantas pessoas...
Que possam encontrar o vosso lugar seguro. Em solidão ou na companhia dos que amam.
Sempre. Hoje. agora, sempre que a dor for dilacerante. Sempre.
Sempre.


terça-feira, 10 de maio de 2016

Religiões há muitas...



Percorri hoje uma estrada no Portugal profundo, caminho muito movimentado nesta altura do mês de Maio pelos peregrinos que vão até Fátima, motivados pela sua fé, pelas suas promessas, pela sua gratidão, pelos seus anseios e tormentos.
Num curto espaço de tempo, encontrei situações curiosas e fiz associações estranhas.

Em primeiro lugar, o semblante de algumas dessas pessoas, por baixo de capas que as abrigavam da chuva fez-me lembrar as mesmas capas que vimos este fim de semana, nos fãs (ou menos fãs) dos AC/DC. Religiões diferentes... cada uma com a sua.

De seguida vi um pergrino encapuzado, rosto e tudo que mais parecia um terrorista - hoje, enquanto ouvia na rádio mais uma notícia de um atentado na Alemanha. Religiões ... cada um com a sua.

Mais à frente, sinais de trânsito temporários alertam para manutenção na via. Andam uns senhores a acortar a vegetação da berma. A sério? Com tanto peregrino na estrada, não havia outra altura?? Antes, or exemplo??  Respeito pela segurança ... e pela religião...

Eis que, com todo o cuidado e velocidade reduzida em que conduziam os carros na zona, pára tudo! Um peregrino atravessa a estrada para que outro, do lado oposto, lhe tire uma selfie, com os campos verdejantes por trás e um sorriso rasgado na hora. Peregrinação a quanto obrigas!

Por último, vejo um caminhante, com o cachecol do Benfica ao pescoço. Era eu uma gaiata, fiz uma promessa a Nossa Senhora para que o Benfica se sagrasse campeão europeu. Aprendi na altura a lição e desde então, nunca mais misturei estas duas religiões

Nossa Senhora estará certamente mais ocupada com situações mais urgentes, prementes e necessárias. É preciso dizê-lo?

Religiões... respeitam-se mas não se misturam.
Haja respeito.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Dizem que somos lamechas...





Dizem que somos lamechas, que choramos por tudo e por nada, que nos emocionamos ao mais pequeno gesto...seja ele agradável ou não.
Dizem que reagimos à pele, que não se pode dizer nada e que logo estamos a fazer um drama.
Dizem que ter blogues é foleiro, que é coisa de quem é, digamos... lamechas, onde se dizem e apregoam situações lamechas.
Lamechas... nada de alternativo, nada de out of the box, nada de fugir à main stream, seja lá o que isso for.
Pois defendo a lamechice, não só à flor da pele, como até à medula. A lamechice é uma normalidade que me agrada por demais.
Gosto de me emocionar com as situações.
Gosto de chorar baba e ranho a ver o Bambi e o Nemo e a Heidi e o Pretty Woman. 
Gosto de me emocionar com gestos, palavras loucas e, muitas ou poucas, com significado.
Gosto de me emocionar com a vida, os meus e aqueles que nem sonham que os considero meus ( e que, por isso , já muita porrada da vida levei).
Gosto de blogues foleiros de tão lamechas.
Gosto de expor as minhas palavras, lamechas e deixá-los falar.
Não que as minhas palavras sejam mais importantes que as outras. Ou mais lamechas. Mas são as minhas e que gosto de partilhar.
Havia de haver um dia Mundial da Lamechice.
Humm,,,, Acho que vou ligar para a Rádio Comercial!

domingo, 1 de maio de 2016

Mãe




Mãe
Que vens de mansinho
Que com carinho
Sopras a dor 
Que com calor
abraças o mundo
No teu colo

Que moves a terra
protegendo e segurando
Sorrindo, a partir de dentro
Do coração que bate
Desenfreado com medo
Que algo aconteça
Mas que cândido
Recebe o amor dos seus
Amores pequenos

Mãe
Que sopras curando
Que vives amando
Que encontras Deus
Na criação dos teus

Mãe,
Felizes os que podem
Dizer mãe.