Porque há vida para além da paisagem... para além da rotina diária, do mundo das notícias e do ecrã. Reflexões daqui, dali de acolá ... e de cá de dentro, que é onde a nossa paisagem se molda e gera paz.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Feiras e mercados

Sou uma pessoa de feiras e mercados.  Gosto do rebuliço, das cores da fruta nas bancas, dos cheiros que se misturam, das vozes que se sobrepõem, do riso, dos encontros, do negócio por mais um ou menos um euro.
Na minha terra, há uma feira anual ao dia 8 de Dezembro. E mercados semanais todas as sextas. Mas esta feira de Dezembro, traz-me tão boas recordações de infância! Vivia quase perto do recinto da feira. Se os feirantes, chegassem até à porta da casa dos meus pais, a feira ia ser boa, diziam.
Não tinha, nem tem nada de especial. Aliás, em tempos, estas feiras traziam até às pessoas aquilo a que não tinham acesso durante todo o ano.  Havia uma barraca, de casacos e samarras, que vinha apanhar lugar (aquele lugar!) um mês antes. Era quando começava a cheirar a feira... Depois vinham os carrinhos de choque.... Tardes  e tardes, esperando conseguir uns trocos para trocar umas fichas e escolher aquele carro que andava mais.
A seguir, as utilidades.... que não tinham utilidade nenhuma. Ruas e ruas, no largo empoeirado ou lamacento da vila, onde tudo se montava madrugada a raiar o dia.
Havia também a bruxa. Um boneco com uma bola de cristal à frente, que nos dava uma mensagem momentânea sobre a nossa vida e depois uma previsão, saída de um rolo que a feirante cortava com uma grande tesoura. E todos os anos lá íamos nós ver até que ano iriamos viver.
Tronco na rua a arder, cachola com batata cozida e febra assada no lume directo no pão.
Agora,a utilidade da feira é questionada. A diferenciação, pelo conteúdo ou tema, pode ditar a sua extinção ou o seu renascimento. 
Continuo a gostar de enfeirar ( que é um verbo extraordinário...), de comprar fatos de treino e peúgas, farturas e colares de pinhão. Batata doce cozida, também pode ser...
Podia ser melhor? Claro que podia... e 8 de Dezembro sem Feira, não seria a mesma coisa...


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