Porque há vida para além da paisagem... para além da rotina diária, do mundo das notícias e do ecrã. Reflexões daqui, dali de acolá ... e de cá de dentro, que é onde a nossa paisagem se molda e gera paz.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Thank you, Masterchef Australia!



I love this show, since series 1 , when the trophy was surprisingly won by Julie Goodwin.
But there is also MasterChef Portugal! - Yes, there is.
But there is also MasterChef America! - Yes, there is.
And there is also the Spanish one... OK.
But it is note the same thing!

MasterChef Australia is the real one, the authentic one (although the format was born originally in the 90's in the UK) Although the show has a number of versions all around the world, there is none I like as much. This show, in the air since 2009, is the perfect meaning of public service.
It came at a time where a boom of culinary shows poped up. So many chefs, from Ramsay to Oliver and Nigella showed sophisticated as well as down to earth food, bringing people close to healthier and tasty food.

MasterChef calls out amateur cooks, giving them the opportunity to evolve and shine with their culinary talents. This is done in a brilliant way.
I like to think that the game is clean. Nevertheless, there are strategies. But we can’t see malice as in the American version,. I remember when Christine Ha had to cook with live lobster, an ingredient given by a colleague, trying to eliminate her.  No harm was done: she won season 3.
I know we only see the show, we don´t read the magazines with all the gossip. But the air on set is completely different from the American version. This is cultural... and culture.
In Masterchef Australia, there is ambition, but that does not destroy the other contestants. In the Portuguese version, I am sorry to say this, the judges make the contestants fear them so much, as if they were Gods. There is no need for this….
The australian judges are great:
Gary Mehigan and his loads of flavour
George Columbaris and his seu Boom, boom, shake the room
Matt Preston his restaurant quality dish....

They always have  the right word, the golden tip to correct the mistake, the support in the pressure moments.
I could say so much more about this show that has won a number of prizes but it all comes down to this:

High quality TV can be done with high standards and values, without saying bad things about the other contestants, bringing together people around the table. And the Portuguese people know how often this happens and how important it is.


Thank you Masterchef Australia!

Here´s the link to the New season presentation



Adoro este programa, desde a primeira série, desde o primeiro troféu entregue à improvável vencedora Julie Goodwin.
Mas também há o Masterchef Portugal! Há.
Mas também há o Masterchef América! Há.
Mas até há o espanhol! Há.
Mas não é a mesma coisa.
O Masterchef Austrália é o verdadeiro, o autêntico. E apesar de o formato ter sido aproveitado para todos os cantos do mundo, não conheço nenhuma versão de que goste tanto.
Este programa, que foi para o ar pela primeira vez, naquele país, em 2009, encerra em si tudo o que podemos esperar de um serviço público.
Surgiu numa altura em que o boom de programas de culinária disparou, chamando novamente as pessoas à cozinha, convidando-as a cozinhar novamente e a fazê-lo bem, de forma saudável e com muito sabor. Ramsay, Oliver, Nigella... tantos chefs com programas culinários com receitas mais elaboradas ao princípio e depois mais down to earth, mais próximas das pessoas, do comum mortal, que tem de ter ingredientes que se vendam no supermercado da esquina e de cozinhar em tempo record.
O Masterchef Austrália chama à ribalta cozinheiros amadores, dando-lhes a oportunidade de evoluírem e fazerem brilhar os seus talentos culinários. Mas fá-lo de uma forma exemplar. Gosto de acreditar nos formatos e na 'limpeza' dos jogos (sou muito crédula!) E este programa é um jogo. Mas, dentro do jogo há uma pedagogia brilhante, há um lado de tutorial e de aprendizado impressionante. Sem demagogias, sem puxar de galões... um partilhar de conhecimentos de mente aberta.
Há estratégias e eliminações, sim.
Há opções que ajudam uns a seguir em frente e outros a ficar pelo caminho, sim.
Mas não se vê a malícia em prejudicar os outros, como no Masterchef America. Recordo, por exemplo, o episódio em que, sendo uma das concorrentes americanas invisual, o colega lhe deu para cozinhar lagosta viva com o propósito de a deixar logo ali desarmada. Felizmente, enganou-se e Christine Ha acabou por ganhar a temporada 3.
Com a distância de um mundo ao contrário, também perdemos (e ainda bem!), é certo, as tricas e baldrocas que as revistas hão-de explorar. Mas também não me chega isso da América e o ambiente on set é radicalmente diferente.
Nota-se, na versão australiana, a ambição de cada um, mas que não passa por destruir o outro. Na versão  portuguesa, reconheço a qualidade dos jurados mas, que me desculpem  Manuel Luís Goucha (o meu primeiro livro de culinária foi da sua autoria, Em Banho Manel) e Miguel Rocha Vieira, há ali uma altivez que era dispensável. Há ali um 'Tenham medo, tenham muito medo' de nós, que não era necessário.

Já os jurados australianos, enchem-me as medidas:
Gary Mehigan e o seu loads of flavour
George Columbaris e o seu Boom, boom, shake the room
Matt Preston e o seu restaurant quality dish....

... têm sempre  a palavra certa para os concorrentes, a dica dourada para corrigirem algum erro evidente aos seus olhos, o incentivo e a palavra de apoio quando a pressão é demasiada.

Muito mais podia eu dizer sobre este programa, um dos mais vistos no seu país de origem e vencedor de inúmeros prémios televisivos.
Mas no fundo tudo se resume a isto: é possível fazer televisão de alto nível, com bons valores, sem denegrir ninguém e celebrando a união e a aproximação das pessoas que a comida tanta vez proporciona. Nós, portugueses, sabemos bem o que é isso.


Obrigada, MasterChefAustralia!

domingo, 13 de março de 2016

Obrigada, Masterchef Austrália!



Adoro este programa, desde a primeira série, desde o primeiro troféu entregue à improvável vencedora Julie Goodwin.
Mas também há o Masterchef Portugal! Há.
Mas também há o Masterchef América! Há.
Mas até há o espanhol! Há.
Mas não é a mesma coisa.
O Masterchef Austrália é o verdadeiro, o autêntico. E apesar de o formato ter sido aproveitado para todos os cantos do mundo, não conheço nenhuma versão de que goste tanto.
Este programa, que foi para o ar pela primeira vez, naquele país, em 2009, encerra em si tudo o que podemos esperar de um serviço público.
Surgiu numa altura em que o boom de programas de culinária disparou, chamando novamente as pessoas à cozinha, convidando-as a cozinhar novamente e a fazê-lo bem, de forma saudável e com muito sabor. Ramsay, Oliver, Nigella... tantos chefs com programas culinários com receitas mais elaboradas ao princípio e depois mais down to earth, mais próximas das pessoas, do comum mortal, que tem de ter ingredientes que se vendam no supermercado da esquina e de cozinhar em tempo record.
O Masterchef Austrália chama à ribalta cozinheiros amadores, dando-lhes a oportunidade de evoluírem e fazerem brilhar os seus talentos culinários. Mas fá-lo de uma forma exemplar. Gosto de acreditar nos formatos e na 'limpeza' dos jogos (sou muito crédula!) E este programa é um jogo. Mas, dentro do jogo há uma pedagogia brilhante, há um lado de tutorial e de aprendizado impressionante. Sem demagogias, sem puxar de galões... um partilhar de conhecimentos de mente aberta.
Há estratégias e eliminações, sim.
Há opções que ajudam uns a seguir em frente e outros a ficar pelo caminho, sim.
Mas não se vê a malícia em prejudicar os outros, como no Masterchef America. Recordo, por exemplo, o episódio em que, sendo uma das concorrentes americanas invisual, o colega lhe deu para cozinhar lagosta viva com o propósito de a deixar logo ali desarmada. Felizmente, enganou-se e Christine Ha acabou por ganhar a temporada 3.
Com a distância de um mundo ao contrário, também perdemos (e ainda bem!), é certo, as tricas e baldrocas que as revistas hão-de explorar. Mas também não me chega isso da América e o ambiente on set é radicalmente diferente.
Nota-se, na versão australiana, a ambição de cada um, mas que não passa por destruir o outro. Na versão  portuguesa, reconheço a qualidade dos jurados mas, que me desculpem  Manuel Luís Goucha (o meu primeiro livro de culinária foi da sua autoria, Em Banho Manel) e Miguel Rocha Vieira, há ali uma altivez que era dispensável. Há ali um 'Tenham medo, tenham muito medo' de nós, que não era necessário.

Já os jurados australianos, enchem-me as medidas:
Gary Mehigan e o seu loads of flavour
George Columbaris e o seu Boom, boom, shake the room
Matt Preston e o seu restaurant quality dish....

... têm sempre  a palavra certa para os concorrentes, a dica dourada para corrigirem algum erro evidente aos seus olhos, o incentivo e a palavra de apoio quando a pressão é demasiada.

Muito mais podia eu dizer sobre este programa, um dos mais vistos no seu país de origem e vencedor de inúmeros prémios televisivos.
Mas no fundo tudo se resume a isto: é possível fazer televisão de alto nível, com bons valores, sem denegrir ninguém e celebrando a união e a aproximação das pessoas que a comida tanta vez proporciona. Nós, portugueses, sabemos bem o que é isso.

Obrigada, MasterChefAustralia!


I love this show, since series 1 , when the trophy was surprisingly won by Julie Goodwin.
But there is also MasterChef Portugal! - Yes, there is.
But there is also MasterChef America! - Yes, there is.
And there is also the Spanish one... OK.
But it is note the same thing!

MasterChef Australia is the real one, the authentic one (although the format was born originally in the 90's in the UK) Although the show has a number of versions all around the world, there is none I like as much. This show, in the air since 2009, is the perfect meaning of public service.
It came at a time where a boom of culinary shows poped up. So many chefs, from Ramsay to Oliver and Nigella showed sophisticated as well as down to earth food, bringing people close to healthier and tasty food.

MasterChef calls out amateur cooks, giving them the opportunity to evolve and shine with their culinary talents. This is done in a brilliant way.
I like to think that the game is clean. Nevertheless, there are strategies. But we can’t see malice as in the American version,. I remember when Christine Ha had to cook with live lobster, an ingredient given by a colleague, trying to eliminate her.  No harm was done: she won season 3.
I know we only see the show, we don´t read the magazines with all the gossip. But the air on set is completely different from the American version. This is cultural... and culture.
In Masterchef Australia, there is ambition, but that does not destroy the other contestants. In the Portuguese version, I am sorry to say this, the judges make the contestants fear them so much, as if they were Gods. There is no need for this….
The australian judges are great:
Gary Mehigan and his loads of flavour
George Columbaris and his seu Boom, boom, shake the room
Matt Preston his restaurant quality dish....

They always have  the right word, the golden tip to correct the mistake, the support in the pressure moments.
I could say so much more about this show that has won a number of prizes but it all comes down to this:

High quality TV can be done with high standards and values, without saying bad things about the other contestants, bringing together people around the table. And the Portuguese people know how often this happens and how important it is.


Thank you Masterchef Australia!

terça-feira, 8 de março de 2016

Não gosto de quotas.... Adoro ser Mulher

Não gosto de quotas. Acho uma forma hipócrita de garantir lugares a mulheres que deviam ocupá-los por mérito próprio e sem ser preciso reservar-lhes o  lugar.
Também, e pela mesma razão, nunca gostei muito de festejar o Dia Internacional da Mulher, por achar que o nosso são todos os dias em que heroicamente somos o que somos. 
Mulheres... com intuição, com amores desmedidos e puros de coração. 
Mulheres sofridas mas que assim que põem o pé no chão seguem à luta. Por si, pelos seus, pelos outros. Mulheres que não reclamam louros e, por isso, lhes faltam o reconhecimento. 
Hoje todos se levantam em homenagens, como que para passar o pano no pó da indiferença e da discriminação de todos os 365 dias restantes.
Impressionou-me este domingo o documentário de uma mulher, de uma MULHER de apenas 18 anos que já fez tanto por todos nós. Malala defende a educação para todas as mulheres, algo que é negado a 65 milhões de raparigas em todo o mundo.
Raise your voice, join Malala.
Vamos fazer a diferença... Como mulheres, pelas mulheres.... e, assim, logicamente, por todos, independente do sexo.

https://www.malala.org/